quarta-feira, 30 de outubro de 2013
Matar gatos e cachorros é crime?
Matar cachorro - ou qualquer outro animal - é crime, sim. Não importa se o animal é doméstico, domesticado, silvestre, nativo ou exótico. O que trata disso é o artigo 32 da Lei dos Crimes Ambientais, de 1998. A lei prevê detenção de três meses a um ano, além de multa, para quem "praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar" qualquer tipo de animal. Se houver a morte do bichinho, a pena aumenta até um terço. Quem praticar "experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos" também pode sofrer a mesma condenação. No estado de São Paulo, a lei é mais específica ainda e proíbe o consumo de animais domésticos (churrasquinho de gato, nem pensar) e o sacrifício de cães e gatos com métodos cruéis, como câmara de gás ou eletrochoque. Em novembro de 2009, a polícia prendeu um casal em abatedouro em Suzano (SP) com 70 quilos de carne de cachorros mortos a machadadas. A carne era vendida a restaurantes orientais de São Paulo. Alguns animais considerados exóticos podem, sim, ser abatidos para consumo - desde que sejam criados em cativeiro. Nessa lista entram, por exemplo, coelho, javali, paca, capivara, avestruz, perdiz, tartaruga, jacaré e até cavalo. Matar barata, ratos e afins não é crime - eles são considerados pragas e não entram na classificação de animais nativos, exóticos, silvestres ou domesticados.
Mas essa lei é muitas vezes quebrada. Um caso bem famoso, que há semanas está nos noticiários, jornais e redes sociais, é o do Instituto Royal. Bom, neste caso, são usados beagles para fazer testes de remédios e cosméticos. Depois de testar o produto, os animais normalmente ficam feridos para sempre, e depois são sacrificados. Mas a justiça não fez nada, ou não o suficiente para que eles sejam todos salvos.
Fonte: http://mundoestranho.abril.com.br/materia/matar-cachorro-e-crime
Ps: essa última parte fui eu que fiz, não a Mundo Estranho.
É verdade que gatos tricolores só podem ser fêmeas?
Fonte: http://mundoestranho.abril.com.br/materia/e-verdade-que-gatos-de-tres-cores-so-podem-ser-femeas
sábado, 26 de outubro de 2013
O besouro e as estrelas
A rotina dos Scarabaeus satyrus não é glamurosa. Consiste em encontrar fezes, juntá-las em enormes bolas (com o dobro do tamanho dele) e rolar essas bolas até um lugar seguro. As fezes são a coisa mais importante na vida do S. satyrus - uma das espécies popularmente conhecidas como besouro rola-bosta (essa aí da foto é Scarabaeus laticollis). Além de servir como alimento, elas são fundamentais para atrair uma fêmea (que coloca seus ovos na bola). Isso significa que o bichinho tem de rolar a bolota fazendo o caminho mais rápido, no menor tempo possível, ou outro besouro poderá roubá-la. Só que os rola-bosta têm olhos primitivos, que enxergam mal. "Eu observo besouros desde 1995. Nunca entendi como eles mantinham a direção reta mesmo no escuro", conta o biólogo Eric Warrant, da Suécia.
Ele decidiu fazer uma experiência. Criou um campo de areia no qual colocou bolas de fezes. Durante várias noites, cronometrou o tempo que alguns besouros levavam para rolar as bolas do centro até o canto. Algumas vezes, cobria os olhos do inseto com pedaços de papelão. Quando os besouros estavam com os olhos tapados, ficavam muito mais lentos. Normal. Mas algo surpreendente acontecia quando a noite estava nublada e não era possível ver o céu direito. Mesmo de olhos abertos, os besouros ficavam lentos. Ou seja: os bichinhos estavam se guiando por alguma coisa no céu. Mas o quê?
Para descobrir, os pesquisadores levaram os insetos até um planetário. Com a luz apagada, ou com apenas algumas estrelas projetadas no teto, os besouros ficavam lentos. Mas, se uma representação completa da Via Láctea fosse exibida, eles se saíam muito bem. "Isso comprova que os besouros não se orientam pela luz da Lua ou pela luz de estrelas específicas. Eles têm capacidade de detectar o conjunto que forma a Via Láctea, e é isso que os guia", explica Warrant.
Ele decidiu fazer uma experiência. Criou um campo de areia no qual colocou bolas de fezes. Durante várias noites, cronometrou o tempo que alguns besouros levavam para rolar as bolas do centro até o canto. Algumas vezes, cobria os olhos do inseto com pedaços de papelão. Quando os besouros estavam com os olhos tapados, ficavam muito mais lentos. Normal. Mas algo surpreendente acontecia quando a noite estava nublada e não era possível ver o céu direito. Mesmo de olhos abertos, os besouros ficavam lentos. Ou seja: os bichinhos estavam se guiando por alguma coisa no céu. Mas o quê?
Para descobrir, os pesquisadores levaram os insetos até um planetário. Com a luz apagada, ou com apenas algumas estrelas projetadas no teto, os besouros ficavam lentos. Mas, se uma representação completa da Via Láctea fosse exibida, eles se saíam muito bem. "Isso comprova que os besouros não se orientam pela luz da Lua ou pela luz de estrelas específicas. Eles têm capacidade de detectar o conjunto que forma a Via Láctea, e é isso que os guia", explica Warrant.
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